Preciso reaprender a viver.
Tudo o que eu sabia sobre a vida começou a mudar quando fiquei grávida.
Questionei velhos valores que já não valiam, sacudi a poeira dos cantos, decidi amar um ser que se formava aqui dentro, que apareceu para mudar tudo o que eu sabia sobre a vida.
Antes eu era alguém sem propósitos. Tinha dois ou tres grandes sonhos, e me movia lentamente em direção a eles.
Agora preciso aproveitar cada segundo pra construir algo.
Uma coisa complicada é essa transição de fases.
Primeiro eu era livre como um gato sem dono. Ia pra lá e pra cá conforme dava na telha, se tinha solidão corria até os amigos, se tinha tédio me jogava em alguma loucura por aí, minhas fugas eram ilimitadas.
Daí veio a gravidez. Foi uma fase absulutamente encantadora (depois da tempestade inicial, claro). O corpo ia mudando junto com a mente,a barriga crescia por fora e eu crescia por dentro. Me achava a coisa redonda mais glamourosa que existia, a gravidez é linda mesmo, toda ela.
E então, depois de loongos 9 meses, chega a hora, a expectativa explodindo, ansiedade, medo, aimeudeus, o que será agora, até que finalmente um dia nasce.
E a vida nunca mais será a mesma. Não era mesmo pra ser.
E eu estou aprendendo a enxergar a vida com novos olhos.
A velha liberdade ficou do tamanho da distância que consigo ficar da Louise. Ou até onde ela pode ir comigo.
E não tenho mais buracos pra fugir. Tudo bem, porque não quero mais fugir de nada.
A vida sem a barrigona é difícil, porque não tem mais as mordomias que ela trazia, sobrou apenas um corpo disforme e cheio de marcas, preço que se paga pra gera outra pessoinha. Imagine, outra pessoa de dentro da gente, não tem como sair imune dessa.
Mas toda vez que eu me perco nos pensamentos, que bate aquela coisa que me fazia fugir, olho pra minha pequena e tudo se aquieta aqui dentro.
Sim, vale a pena, tudo.
(detalhe do dedinho dela igual o meu)
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
_ antes, durante, depois
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
_Louise. 1 mês
Meu ano novo começou há um mês.
Na verdade, minha vida parte 2.
Queria vir correndo contar como são essas coisas maravilhosas de ser mãe, mas queria conhecer melhor essa pessoinha nova antes de falar da vida com ela.
Agora que passamos um mês juntas já posso contar um pouco.
Louise é uma garotinha incrível.
Tem uns olhinhos doces, um cabelinho quase loiro e umas caretas de sapeca.
Ela tem as mãos e pés grandes igual os meus. E faz umas poses muito charmosas com as mãozinhas quando dorme.
Foi uma das primeiras coisas que a médica do parto reparou, as mãos. (ela tb é uma goldfingers, rs).
Quando está desnuda são alguns dos seus momentos particularmente felizes. Ela ri muito e quase fala alguma coisa. É muito massa, a gente bate altos papos.
E a parte das fraldas, que eu achava que ia ser o terror, na verdade é uma das mais engraçadas. Primeiro porque ela faz uma caretinha muito comédia quando tá se concentrando pra sujar as fraldas.
Com o tempo acabei descobrindo que ela se solta mesmo quando eu tiro a fralda. Seus jatos de cocozinho já atingiram até um metro e meio de distância. É sempre uma aventura trocar as fraldas, porque a gente nunca sabe quando vai ser surpreendido por um desses (a não ser quando ela faz aquele biquinho)..
E o choro dela, ai que coisinha mais charmosa. Não é aquele berro estridente de gato agonizando, é uma coisinha manhosa de menina.. olha isso:
Irresistível. Ela vai conseguir o que quiser de mim fazendo manha assim.
Sobre amamentar quero falar mais tarde, mas agora quero só mostrar que coisinha doce é a piquena adormecida depois de encher a pancinha e arrotar.
É uma criaturinha esmagável, ghh!
Não tem como eu não achar ela a nenêm mais linda do mundo. Pode ser coisa de mãe, mas tenho orgulho dessa minha obra-prima, morro de amores por ela. Amor de mãe, tsc, isso dá outro post mais tarde.